O passado reconsagrado
catolicismo, patrimônio e nacionalidade durante a ditadura civil-militar
DOI:
https://doi.org/10.35355/revistafenix.v21iXXI.1576Palavras-chave:
patrimônio, guerra fria, Catolicismos, temporalidadeResumo
Após o golpe civil-militar de 1964, houve um planejamento estratégico para as políticas culturais, que deveriam demonstrar o alinhamento do Brasil ao “mundo livre” e a “civilização ocidental. No artigo, iremos observar as ações desenvolvidas pelo Conselho Federal de Cultura, órgão formado por intelectuais que deveriam incentivar o patriotismo, bem como demonstrar que as decisões dos dirigentes da nação estavam corretas ao combater os “subversivos”. Neste esforço, os valores e monumentos católicos tornaram-se referência para a identidade nacional, o que incluía o esforço para uma política patrimonial mais rigorosa bem como a defesa de um tratamento pedagógico do tempo histórico. Averiguamos como as concepções acerca do patrimônio histórico e artístico envolveram uma cosmovisão específica da religiosidade, de sociedade e de governo O faremos por meio do estudo da Revista Brasileira de Cultura, publicação periódica produzida pelo órgão.
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