Um cânon para os Estudos Culturais no Brasil
autores, interpretações e apropriações na área de educação
DOI:
https://doi.org/10.35355/revistafenix.v20i1.1336Palavras-chave:
Estudos Culturais, Brasil, cânon, redesResumo
Neste trabalho, investigamos a formação do cânon dos estudos culturais no Brasil. Analisamos como os autores brasileiros, em fins dos anos 1990, constituíram um corpus de referência para a área nascente, com especial atenção para as questões educacionais. Ver-se-á que, por um lado, os pesquisadores traduzem autores e textos estrangeiros específicos, mediando as representações do que seriam os estudos culturais no cenário nacional e, por outro, associam novos autores e temas a essas genealogias estrangeiras, produzindo interpretações específicas no contexto brasileiro. A construção do corpus documental ocorreu a partir da “mineração de textos” na base Google Scholar, com a expressão “estudos culturais” no título. A partir disso, construímos uma série de análises de rede, com vistas a compreender as estratégias de leitura e escrita dos pesquisadores brasileiros. A hipótese deste trabalho é de que há uma proposta oriunda da região sul do Brasil, em relação aos estudos culturais, que se afasta das origens britânicas da discussão e se liga aos pós-estruturalismos, a partir de estratégias de tradução, citação, interpretação e divulgação dessas teorias que se configuram como processo de mediação cultural.
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