OLHARES SOBRE A POLÍCIA NO BRASIL
A CONSTRUÇÃO DA ORDEM IMPERIAL NUMA SOCIEDADE MESTIÇA
Mots-clés :
Polícia e Sociedade, História Militar, BrasilRésumé
Ao correr os olhos nas aquarelas do alemão Johann Moritz Rugendas e do francês Jean-Baptiste Debret é possível identificar ações da polícia no cotidiano brasileiro, e mais especificamente do Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século XIX. A iconografia, em diálogo com outras fontes, lança luz sobre as estratégias de institucionalização da polícia numa sociedade composta, em sua maioria, por negros e mestiços. Uma das grandes contradições de uma cidade que pretendia ter polícia era a tarefa de manter a manutenção da escravidão. Assim, a necessidade de manter a ordem e o controle através de mecanismos repressivos impediu o surgimento de instituições responsáveis pela polícia enquanto guardiã dos direitos do homem e do cidadão. Entretanto, na esfera cotidiana observam-se acomodações e “desvios de conduta” de militares responsáveis pela polícia que interagiam com as comunidades locais, formadas por negros e mestiços.
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