A MÍSTICA DAS PLANTAS, BEBIDAS E ALIMENTOS NO BRASIL COLONIAL

Autores/as

  • Maria Betânia B. Albuquerque Universidade do Estado do Pará - UEPA

Palabras clave:

História, Alimentação, Relações de Poder, Brasil Colônia

Resumen

Trata-se o presente artigo de uma análise sobre os diversos significados que as plantas, bebidas e alimentos assumiam no Brasil colonial, bem como das relações de poder que os perpassavam. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa histórica baseada nos relatos de cronistas e viajantes, bem como nas cartas de padres jesuítas e de outras ordens que, ao andarem por estas paragens nos séculos XVI e XVII, descreveram o cotidiano dos primeiros habitantes e suas impressões sobre a fartura da terra e dos alimentos. Com base nos pressupostos da história cultural, em particular da história da alimentação, procura-se evidenciar a ambiguidade e complexidade com que eram vistos os alimentos no Brasil colonial, destacando suas dimensões místicas.  Vistas como alimento, remédio ou veneno, plantas, comidas e bebidas possuiam forte carga simbólica, além de serem práticas atravessadas por fortes relações de poder.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Betânia B. Albuquerque, Universidade do Estado do Pará - UEPA

      Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Pós-Doutora pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-Portugal). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Citas

ABBEVILLE, Claude. História da Missão dos padres Capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Tradução de Sérgio Milliet. Brasília: Edição do Senado Federal, 2008.

AGNOLIN, Adone. O apetite da antropologia, o sabor antropofágico do saber antropológico: alteridade e identidade no caso Tupinambá. São Paulo: Humanitas, 2005.

ANCHIETA, José de. Carta do irmão José, que escreveu do Brasil aos padres e irmãos da Companhia de Jesus em Portugal (1555). In: HUE, Sheila Moura (Org.). Primeiras Cartas do Brasil (1551-1555). Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

ANCHIETA, José de. Textos históricos. São Paulo: Loyola, 1989.

ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: Edusp, 2007.

CASCUDO, Luis da Câmara. Prelúdio da Cachaça. São Paulo: Global, 2006.

ESCOHOTADO, Antônio. História elementar das drogas. Lisboa: Antígona, 2004.

ÉVREUX, Yves d’. Continuação da história das coisas mais memoráveis acontecidas no Maranhão nos anos 1613 a 1614. Tradução de César Augusto Marques. Brasília: Edições do Senado Federal, 2007.

FERNANDES, João Azevedo. Guerreiros em transe. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 1, n. 4, p. 52 – 57 , 2005.

FERNANDES, João Azevedo. Selvagens bebedeiras: Álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil colonial. 2004. Tese (Doutorado em história) - Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal Fluminense, 2004.

FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Mássimo. História da Alimentação: dos primórdios à Idade Média. 2 ed. Tradução de Maria da Graça Pinhão. Lisboa: Terramar, 2008.

GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da terra do Brasil; história da província Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil. Brasilia: Editora do Senado Federal, 2008.

HUE, Sheila Moura (Org.). Delícias do descobrimento: a gastronomia no século XVI. Rio de Janeiro: Zahar. 2008.

HUE, Sheila Moura (Org.). Primeiras Cartas do Brasil (1551-1555). Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

LAPA, José Roberto do Amaral (Org.). Livro da Visitação da Santo Ofício da Inquisição ao Estado do Grão-Pará (1763-1769). Petrópolis: Vozes, 1978.

LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Tradução e notas de Sérgio Milliet. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1980.

MESGRAVIS, Laima. O Brasil dos séculos XVI e XVII. São Paulo: Contexto, 1989.

NÓBREGA, Padre Manuel da. Informações das partes do Brasil (aos padres e irmãos da Cia. de Jesus em Coimbra). In: HUE, Sheila Moura (Org.). Primeiras Cartas do Brasil [1551-1555]. Tradução, introdução e notas de Sheila Moura Hue. Rio de Janeiro: Zahar. 2006.

PLATÃO apud ESCOHOTADO, Antônio. História elementar das drogas. Lisboa: Antígona, 2004.

SOLER, Jean. As razões da Bíblia: regras alimentares hebraicas. In: FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Mássimo. História da Alimentação: dos primórdios à Idade Média. 2 ed. Tradução de Maria da Graça Pinhão. Lisboa: Terramar, 2008.

SOUZA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000.

SOUZA, Laura de Mello. O diabo e a terra de Santa Cruz: Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. 9 ed. São Paulo: Cia das Letras, 2005.

ROCHE, Daniel. História das coisas banais: nascimento do consumo nas sociedades tradicionais (XVII-XIX). 2 ed. Tradução de Telma Costa. Lisboa: Editorial Teorema, 1998.

THEVET, André. As singularidades da França Antártica. Tradução de Eugênio Amado. Belo, Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1978.

VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil colonial: 1500-1808. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

Publicado

2014-12-15

Cómo citar

B. Albuquerque, M. B. . (2014). A MÍSTICA DAS PLANTAS, BEBIDAS E ALIMENTOS NO BRASIL COLONIAL. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 11(2), 1–22. Recuperado a partir de https://revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/603