A “GLORIFICAÇÃO DOS SANTOS FRANCISCANOS” DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO DA PARAÍBA
ALGUMAS QUESTÕES SOBRE PINTURA, ALEGORIA BARROCA E PRODUÇÃO ARTÍSTICA NO PERÍODO COLONIAL
Palabras clave:
Barroco Paraibano, Convento de Santo Antônio, AlegoriaResumen
A construção do convento franciscano na Paraíba estendeu-se por quase 200 anos, e seu ápice foi a decoração interna da nave principal, concluída já na segunda metade do século XVIII, ornada com luxuosos azulejos portugueses nas paredes e pinturas trompe l’oeil no forro da nave. Centro nevrálgico da atuação franciscana ao norte de Pernambuco no período colonial, o Convento de Santo Antônio da Paraíba traz alegorias extremamente significativas para a compreensão da imagem que a congregação construía acerca de si e de sua atuação naquele mundo inóspito dos trópicos selvagens. Constituindo-se em discurso visual, a pintura do teto da igreja conventual pode ser entendida como ferramenta de “ordenação do mundo” utilizada na ação junto aos fiéis da sede da Capitania, como um sistema simbólico que cristalizava os poderes e a estrutura colonial em imagens e exemplos edificantes a serem respeitados e seguidos pelos colonos.
Descargas
Citas
ANDRADE, Mário de. O turista aprendiz. São Paulo: Duas Cidades; CSST/ SP, 1976.
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre o barroco. Organização de Bruno Contardi. Tradução de Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
BARBOSA, Cônego Florentino. O Convento de São Francisco. Revista do Instituto Histórico e Geographico Parahybano, João Pessoa, IHGP, n. 8, 1935.
BAZIN, Germain. A arquitetura religiosa barroca no Brasil. Tradução de Glória Lúcia Nunes. Rio de Janeiro: Record, 1983, p. 149. v. 1.
BURITY, Glauce Maria Navarro. A presença dos franciscanos na Paraíba através do Convento de Santo Antônio. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1988.
CAMPELLO, Glauco de Oliveira. Construções franciscanas no Nordeste. In: . O brilho da simplicidade: dois estudos sobre arquitetura religiosa no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Departamento Nacional do Livro, 2001, p. 33-91.
CONCÍLIO de Trento. Decreto sobre a invocação, a veneração e as Relíquias dos Santos, e sobre as imagens sagradas. In: LICHTENSTEIN, Jacqueline (Dir.). A pintura: textos essenciais. Coordenação da tradução de Magnólia Costa. São Paulo: Editora 34, 2004, p. 67. v. 2.
D’ARAÚJO, Antonio Luiz. Arte no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Revan, 2000.
DONOVAN, Stephen M. St. Francis Solanus (verbete). In: New Advent Catholic Encyclopedia. v.
VI. New York: Robert Appleton Company, 2003. [1909]. Disponível em:
<http://www.newadvent.org/cathen /06233a.htm>. Acesso em: 17 jul. 2006.
GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Tradução de António Narino. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
GINZBURG, Carlo. Indagações sobre Piero: o Batismo, o Ciclo de Arezzo, a Flagelação. Tradução de Luiz Carlos Cappelano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
HERCKMANS, Elias. Descrição geral da Capitania da Paraíba [1639]. In: MELLO, José Antônio Gonsalves de (Org.). Fontes para a História do Brasil holandês. A administração da conquista. 2. ed. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 2004, p. 65. v. II
LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis. Tradução de Marcos de Castro. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
LEVY, Hannah. Modelos europeus na pintura colonial. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, SPHAN, n. 8, p. 7-66, 1944.
MECO, José. A expansão da azulejaria portuguesa. Oceanos, Dossiê “Azulejos: Portugal e Brasil”, Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, n. 36/ 37, p. 8-17, out. 1998/ mar. 1999.
MENEZES, José Luiz da Mota. O convento franciscano de Santo Antônio (João Pessoa – PB). Revista Universitas, Salvador, Universidade Federal da Bahia, n. 17, p. 67, 1977.
OTT, Carlos. Pequena história das artes plásticas na Bahia entre 1550-1900. Salvador: Alva, 1989.
OTT, Carlos. José Joaquim da Rocha. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, SPHAN, n. 15, p. 95, 1961.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. Tradução de Maria Clara F. Kneese; J. Guinsburg.
ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.
QUEIROZ, Octacílio Nóbrega de. Um enigma barroco sobre o autor do painel da Igreja de S. Francisco. Correio da Paraíba, João Pessoa, 13 maio 1973.
PEREIRA, Francisco Maria Esteves (introdução e transcrição). Martyrio dos santos martyres de Marrocos (manuscripto). Revista Lusitana, Lisboa, Antiga Casa Bertrand, v. 7, 1902, p. 189-198. Disponível em: <http://www.instituto-camoes.pt/cvc/bvc/revistalusitana/07/revista07_pag_ 189.pdf>. Acesso em: 9 abr. 2006.
ROBINSON, Paschal. St. Anthony of Padua (verbete). In: New Advent Catholic Encyclopedia. v. VI. New York: Robert Appleton Company, 2003. [1909]. Disponível em: <http://www.newadvent.org/cathen/01556a.htm>. Acesso em: 17 jul. 2006.
SIMÕES, João Miguel dos Santos. Azulejaria portuguesa nos Açores e na Madeira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1963; SIMÕES, João Miguel dos Santos. Azulejaria portuguesa no Brasil: 1500-1822. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965.
VALLADARES, Clarival do Prado. O ecumenismo na pintura religiosa brasileira dos setecentos. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, SPHAN, n. 17, p. 193, 1969.
ZANINI, Walter (Org.). História geral da arte no Brasil. V. I. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983.
WILLEKE, Fr. Venâncio (introdução e notas). Livro dos guardiães do Convento de Santo Antônio da Paraíba (1589-1885). Stvdia, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, n. 19, p. 190, dez. 1966.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença Creative Commons (CC BY-NC-ND 4.0). Em virtude de os artigos serem publicados nesta revista de acesso público, eles são de uso gratuito, com atribuições próprias, não-comerciais.