Sobre castigo e humilhação

educação para mulheres nas Casas de Caridade no sertão-norte do Brasil (1860-1883)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v21i1.1258

Palabras clave:

Gênero, Humilhação, Adestramento, Pe. Ibiapina

Resumen

O objetivo deste artigo é analisar marcadores socio culturais normativos sobre a condição feminina, nas relações de gênero, na segunda metade do século XIX, no projeto educacional ministrado nas Casas de Caridade, fundadas pelo missionário Pe. Ibiapina, localizadas em diferentes cidades do estado da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, como obras de assistência social. Fundadas a partir de 1860, cumpriram a função de acolher e educar meninas órfãs e mulheres pobres nas regras do bom-viver.  

 

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Biografía del autor/a

Ana SOUSA, Grupo de Pesquisa História dos Sertões UFRN/CNPQ

Estágio pós-doutoral concluido no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/Antropologia (2020) - PUC/SP. Doutorado em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP . Mestrado em História Social pela PUC/SP . Especialização em História pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Atualmente como pesquisadora no Grupo de Pesquisa História dos Sertões UFRN/CNPQ. 

Juliana RAMOS, Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

Coordenadora de Projetos na Gestão Pedagógica (Geped) do Grupo de Supervisão Educacional no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (governo do estado de São Paulo). Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" , UNESP Araraquara, mestra em Ciências Sociais pela PUC-SP , especialista em História, Sociedade e Cultura pela PUC-SP.

Leonardo MATA, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Mestrando em História na UNIFESP, Licenciado em História pela Faculdade Sumaré. 

Citas

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Publicado

2024-06-27

Cómo citar

SOUSA, A., RAMOS, J., & MATA, L. (2024). Sobre castigo e humilhação: educação para mulheres nas Casas de Caridade no sertão-norte do Brasil (1860-1883). Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 21(1), 796–826. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v21i1.1258